quarta-feira, 26 de maio de 2010

Açores.



Estou rodeada por quatro paredes e com um tecto por cima. Oiço jazz e vejo uma figura franzina à minha frente, demasiado perfeita para existir. Por trás dela, estão campos percorridos de beleza e encanto. Todos verdes e férteis, rodeados de gado a pastar aqui e ali. Lugar calmo, definitivamente. Lá ao fundo consegue indentificar-se quatro montes e, por entre eles, centrado a meio, uma grande montanha rodeada de nevoeiro e curiosidade.

As crianças podem correr e brincar à vontade, sem ter medo da violência e dos perigos da cidade. O ar é tão puro que nem se dá conta a inspirar! Há árvores de todos os tipos e feitios: pinheiros, carvalhos, eucaliptos, até palmeiras existem. As flores de mil cores deslizam pelas típicas casas daqui.

A água explora as extremidades da paisagem e as nuvens aproximam-se trazendo com elas tristeza...e água. Água que se vai transformando em pingos gélidos e transparentes, que, ao tocarem a terra, ficam tal e qual as lagoas aqui ao lado. Sinto que os pingos provocam uma barreira entre o ar purificado e a terra virgem.

Apareceu um raio de sol. Consegue-se vê-lo a passar entre as nuvens e a chocar com os campos verdes.

À noite, a paisagem melhora ainda mais. Deitada, olho para o reflexo do quarto; dá para ver a janela e a lua cheia atrás de si, a espreitar por todos os cantos deste maravilhoso sítio. Ela observa-me todas as noites, e, de tempo em tempo, é tapada pelas nuvens escuras da noite, que vão e vêm conforme os dias. Parecia que perdia a fala cada vez que desaparecia...

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